Adaptação da peça de Martins Pena, encenada pela
primeira vez em 2000 e reencenada ao final de 2004 com novo elenco.
Manuel Pacheco, o Caixeiro.
“Ambição, horrível
martírio, quando te verei satisfeita?”
Ambicioso, rabugento e trapaceiro são os traços mais
marcantes desse verdadeiro anti-herói, cujo maior sonho é ser
sócio ao lado de sua ama, que morre de amores por ele, da Taverna em
que é um humilde caixeiro. Sua ambição desenfreada o
coloca em situações hilariantes a medida em que suas mentiras
não são suficientes para evitar que todos desconfiem de seu
casamento com Deolinda.
Francisco, Oficial de Latoeiro.
“...no mundo não se pode ser feliz sem
dinheiro, e eu não o tenho.”
Oficial de Latoeiro, vive reclamando de sua profissão para o
amigo Manuel. Mesmo interessado em casar-se com Angélica, a
fidelidade ao amigo falará mais alto. O que também o
colocará em situações difíceis, ao ajudar nas
farsas sem fim maquinadas por Manuel.
Angélica Pereira, a Dona da Taverna.
“Estou desconfiada, aqui engana-se alguém.
Ah, se for a mim...”
Viúva e dona da Taverna é apaixonada pelo Caixeiro, que
não compartilha o mesmo sentimento. Mandona e matreira, não
esconde seus sentimentos por Manuel em seus gestos atenciosos e carinhosos
dos quais o Caixeiro sempre busca, desesperadamente, desvencilhar-se. Dona
Angélica, todavia, não é boba e logo
começará a desconfiar de certos “boatos” sobre a
vida de Manuel.
Deolinda, a Costureira.
“Isto assim não pode durar... É
preciso que declares nosso casamento.”
“Costureira honesta” (segunda as palavras de seu
próprio irmão), é casada em segredo com Manuel,
casamento este ignorado por todos, sobretudo Dona Angélica. De
personalidade forte, logo colocará nosso Caixeiro numa encruzilhada,
exigindo dele o reconhecimento público de seu matrimônio.
Quintino, o Sargento.
“Meu menino, esta espada corta muito bem
orelhas... E guarde-os Deus.”
Militar rude e selvagem, é o irmão de Deolinda. Morre de
ciúmes da irmã e desconfia de algum relacionamento que esta
tem em segredo, imaginem!? Suas investigações o
levarão a Taverna da Viúva Pereira, interpelar um tal Manuel,
pois afinal, as núpcias de sua irmã já estão
certas com um alferes de sua companhia.
Martins Pena: O Autor e a Obra
Luís Carlos Martins Pena nasceu no Rio de Janeiro em 1815. Foi um
notável teatrólogo, considerado fundador da
“comédia de costumes” no Brasil. Escreveu
comédias e farsas da metade do século XIX, que envolvem
principalmente a gente da roça e do povo comum das cidades. Suas
obras constituem um retrato bem realista do Brasil na época:
personagens como funcionários, juízes, malandros,
estrangeiros, em torno de casos de família, casamento,
heranças e dívidas são alvos de críticas ao
oportunismo, corrupção e hipocrisia profissional e religiosa.
Martins Pena contribuiu consideravelmente ao teatro brasileiro, apontando
os rumos e a tradição a serem explorados pelos
teatrólogos que se seguiriam. A sua arte cênica ainda é
representada com êxito.
Algumas de suas obras mais importantes são: O juiz de paz da
roça, comédia em 1 ato (repr.1838); A família e a
festa na roça, comédia em 1 ato (1840) O Judas em
sábado de aleluia, comédia em 1 ato (1844); O namorador ou A
noite de São João, comédia em 1 ato (1845); O
noviço, comédia em 3 atos (1845); O caixeiro da taverna,
comédia em 1 ato (1845); Quem casa quer casa, provérbio em 1
ato (1845); e diversas outras comédias e dramas.
“Se se perdessem todas as leis, escritos,
memórias da história brasileira dos primeiros cinqüenta
anos deste século XIX e nos ficassem somente as comédias de
Martins Pena, era possível reconstruir por elas a fisionomia moral
de toda essa época” – Sílvio Romero.
Elenco - 2004
Angélica Pereira:
Camila Lelis Yamaya
Deolinda:
Mariana de Araújo
Ferraz
Francisco:
Rafael Romanoff
Manuel Pacheco:
Otávio Jahn Dutra
Quintino:
Luiz Fernando Plastino
Andrade
Direção:
Reynaldo Puebla
Sonoplastia:
Danilo Cymrot
Figurino:
Pamela Ducan
Ilustrações:
Igor Sérgio
Companhia de Teatro da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco