A justiça,
Não é uma balzaquiana
Palco vazio.
Entra Ademir (pedindo ajuda).
Entra o elenco.
Ademir abre sua mão e o elenco fala:
Todos (enquanto caminham para frente): Estamos aqui por
aqueles que nunca tiveram voz. Afinal, o que é justiça num
país de tantas desigualdades? Senhoras e senhores, a
justiça não é uma balzaquiana, com máscara de
tiazinha, saindo do supermercado, não!!!! (Congelam o
último gesto).
Música (pode ser valsa): transição. A cena se
transforma numa feira.
A figura é empurrada por todos. Ele vem pra frente
e dá um tremendo berro.
Com um murmúrio, todos formam uma estátua.
A figura percorre ela, volta ao centro, levanta sua bengala e a
destroe.
Todos caem no chão, gritando e tremendo.
A música desce. Quando a música parar, todos
levantam dando risada. Aos poucos vão saindo do palco. Permanecem
apenas os garotos e o velho. Os garotos azucrinam
o velho.
O carro entra no palco e atropela o velho.
Grito e caída.
Os garotos cercam o velho e se abaixam. Um deles grita
(Fernanda): Sangue!!!!!! (Os garotos saem correndo e gritando
sangue).
O carro se transforma em curiosos. Todos entram.
Todos: Médico!!!!! (Branco inicia).
A cena se transforma numa sala de cirurgia,ou fábrica, ou
laboratório, ou tudo ao mesmo tempo. Mímica de destruir,
consertar, serrar, abrir e fechar máquinas, limpar, pintar,
cortar, arrastar, martelar, etc,etc.
O velho sai da posição de crucificado/operado,
começa a se despedir de todo mundo (percorrendo o palco):
Já estou bem. Estou indo embora, tchau doutor, estou indo
embora, obrigado doutora, já vou indo.... Porém, o
velho não tem a atenção de todos
(médicos), que estão tirando luvas, e todo o tipo de
equipamento de cirurgia. O velho percorre o palco se decidindo.
Ele então vem para frente do palco e se depara com uma
parede. Tenta destruir ela. Golpeia com força. Vai caindo sem
força. Morre.
Os médicos se aproximam dele e se abaixam. Um deles levanta o
braço do velho. Ao cair do braço, saem dando risadas
sem som.
O velho levanta ao escutar uma música celestial. Sai.
Música solene.
Entra a procisão do Olimpo (Glória, glória
aleluia) (entra a mesa na cena). Branco sobe na mesa.
Transição para uma música trash/demoníaca.
O juiz encerra a dança e todos olham para ele.
Música para a entrada do velho. Quando o juiz olha,
todos olham para velho entrando.
O velho toca os sinos três vezes.
O juiz/deus transforma duas das pessoas em macacos. Os dois
macacos pegam ele e levam paa o centro da cena. O juiz/deus
pergunta:O que deseja?
Velho: Ficar no céu!
Proposta da balança egípcia.
Branco: Se o teu coração pesar menos que uma
pena, poderás ficar no céu.
(Vozes de admiração do coro)
Agora ....se teu coração pesar mais que uma pena....
irás para o inferno!!!
(Gargalhada demmoníaca do coro)
Entra a balança.
Um demônio tira o coração do velho para
colocá-lo na balança.
Um outro demônio coloca a pena.
O coração é mais leve e começa a levantar a
pena.
O deus maior ordena a um demônio menor
intervir para parar a balança.
Fernandinha coloca alguma coisa do lado do coração.
O coração começa a pesar mais que a pena.
O deus maior ordena a expulsão do velho do Olimpo.
O velho protesta.
Todos gritam feito torcida de futebol pedindo a sua
saída.(Ih, fora!!!!...Ih,fora!!!!...)
Os macacos expulsam o velho do Olimpo.
O deus maior encerra o expediente.
A procissão sai. (Onde é que mora a amizade, onde
é que mora a alegria?)
O velho entra novamente querendo ficar entre o
público.
O elenco entra e se posiciona como no início.
O velho abre suas mãos. O coro fala o mesmo textodo
início.
Congelam o último gesto.
Música final e as figuras começam a derreter.
Final